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18 de nov. de 2011

O dono das rimas

Logo mais à noite, tem show do rapper Emicida no Royal Club e o caderno Magazine do jornal O POPULAR trouxe uma matéria extensa sobre o nome mais badalado do hip hop brasileiro do momento. A Alle Eventos, sempre antenada nos melhores eventos da cidade, foi quem avisou o jornal da vinda do rapper a Goiás.Abaixo, confira a matéria na íntegra: 
O nome mais badalado do hip hop brasileiro atualmente, o rapper Emicida, vencedor deste ano dos prêmios de Artista e Clipe do Ano do Vídeo Music Brasil (VMB) da MTV, se apresenta hoje, a partir das 22h30, no Royal Club, com valores de entradas (sujeitos a alteração) a partir de R$ 30. Aos 26 anos, primeiro consagrado no meio underground, Emicida chegou aos poucos aos principais palcos do showbiz - entre os mais recentes estão Rock In Rio e SWU.
Foi bem além das apresentações iniciais na periferia paulistana para também visitar redutos "cools" da moçada endinheirada, graças ao talento e perspicácia para as rimas de seus raps e ao seu carisma. Com certa dose de ironia, ele mesmo brinca com essa ascensão no trabalho Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe , lançado pela gravadora independente Laboratório Fantasma, em 2009.

Sem medo de dizer o que quer, Emicida - apelido de Leandro Roque de Oliveira, cunhado pelos companheiros rappers que o consideravam "matador" em batalhas de rimas, que junta "MC" e "homicida" - tem uma postura que oscila entre o tradicional MC do hip hop contestador e um tom politicamente correto (ele declara veemente, por exemplo, que é contra as drogas). "Prefiro a guerra ao lamento. Sou um vencedor, imune à depressão que todos abraçam por tendência a reclamar. Gosto do desafio. Vencer é sempre um desafio. Canto para pessoas que têm esse mesmo propósito, o da vitória", disse ao POPULAR em julho, quando esteve em Goiânia para um show na UFG.

Palavras ritmadas

Criado na zona norte de São Paulo, o rapper impressiona pelas letras que não se limitam à temática da miséria social, um mote do gênero. As rimas ricas, muitas vezes criadas rapidamente na hora, abordam a realidade das ruas, com espaço para temas como violência, drogas, além de amor e amizade.

"Meu negócio é focar nas rimas, em tudo que consigo construir apenas com palavras e rítmica. Isso me diverte: a interpretação. Amo isso. Mas quando tenho a oportunidade de produzir também fico muito empolgado", diz ele, lembrando que hoje só assina alguns dos beats de suas músicas e não mais produz tudo mais como antes, quando não tinha quem fizesse isso por ele.

De família pobre, no começo da carreira, o rapper compunha e repassava a música para um amigo gravar e vender. Uma delas, Ooorra , aborda a morte do pai, durante a infância pobre que, no entanto, também o ensinou a ser o que é hoje. Sua escola artística foi a própria casa, ainda quando criança. Lá mesmo, seus pais organizavam bailes black típicos do início dos anos 90. Das primeiras mixtapes que ele mesmo fez, em uma compilação de canções gravadas em cassete, à transição para equipamentos modernos, ele apaixonou-se pelas rimas e decidiu delegar as bases e mixagens nos diferentes suportes aos amigos do hip hop mais especializados.

O resultado concreto veio na década seguinte, com uma carreira profissional iniciada no cenário do rap nacional em 2006. Dos espaços alternativos aos poucos, Emicida foi ganhando a galera que também passou a curti-lo na internet e em canais de TV especializados, como a MTV. Em 2009, aliás, ele já havia sido indicado para o VMB do qual saiu vitorioso neste ano nas categorias Aposta, Rap e Videoclipe do Ano. Na ocasião não saiu vencedor, mas a exposição o ajudou a divulgar seu trabalho fora do eixo Rio-São Paulo.

O sucesso proporcionou turnê pelos Estados Unidos e apresentações no Coachella, um dos maiores festivais de rap, além da gravação de um EP em Nova York com os renomados produtores K Salaam e Beatnik. Em solo norte-americano, chegou a ser apresentado como o Jay-Z brasileiro, em referência ao rapper americano mais famoso atualmente. No Brasil, também tem participado de festivais consagrados do meio como o Lupaluna, em Curitiba, e o Urban Music Festival, em São Paulo.

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